Em abril de 2014 se reuniu no Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro um grupo de profissionais de diferentes instituições, com atuação ligada a informação sobre biodiversidade.
A reunião teve o objetivo de discutir a proposta de uma Arquitetura de Referência para a instalação de uma Infraestrutura Nacional de Dados sobre Biodiversidade (INDBio).
A motivação para a elaboração da proposta, e da consequente reunião, foi a implementação do Projeto GEF “Improving Brazilian Capacity to Conserve and Use Biodiversity through Information Management and Use“.
Logo no início da implementação do projeto, em 29 de novembro de 2011, foi realizada a “Reunião de Peritos em Sistemas de Informação sobre Biodiversidade”, em Brasília – DF, no qual o objetivo era apresentar aos presentes o então chamado “Projeto SIBBr” e realizar a “coleta de subsídios para a definição da estratégia de elaboração, implementação e consolidação do SIBBr (road map)”[1] . Na mesma ocasião, foram apresentadas, na dinâmica do evento, várias questões à serem respondidas pelos grupos de trabalho, entre elas a questão “Qual deve ser a estrutura (arquitetura) geral do sistema?”
A resposta à esta pergunta ficou à cargo do “GT de arquitetura” do “Comitê Técnico Científico do SiBBr” e, para encurtar a história, culminou com o esboço de um documento intitulado “Arquitetura de Referência da Infraestrutura Nacional de Dados sobre Biodiversidade (INDBio) – Marco conceitual“. A ideia era que este esboço fosse criticado e lapidado por todos os participantes da reunião, em um processo de construção conjunta da proposta, visto que um documento deste porte deveria, necessariamente, receber contribuições de diferentes áreas, profissionais e stakeholders. Entretanto, excetuando-se valorosas contribuições pontuais de alguns dos convidados, não houve um aporte intelectual significativo ao rascunho inicial, para que este se transformasse em um documento finalizado. Mesmo que numa primeira versão.
Lamento profundamente que a iniciativa e esforço para criar uma visão compartilhada de uma infraestrutura nacional de dados sobre biodiversidade tenha sucumbido. Em minha opinião foi perdida uma oportunidade rara para integrar visões e diferentes pontos de vista do que seria necessário para que a informação sobre biodiversidade pudesse fluir de forma sustentável entre os seus diferentes produtores, gestores, qualificadores, analistas e consumidores, chegando com qualidade aos tomadores de decisão.
Considerando meus trinta anos de carreira dedicada a organização de informação sobre biodiversidade, continuo com a convicção de que necessitamos de uma visão compartilhada de onde gostaríamos de estar, e como chegaremos lá. Ainda anseio por ver construído de forma colaborativa este “road map“, previsto lá em 2011. Torço para não me aposentar antes! 🙂
Referências
[1] MCT – SEPED – CGEC. (2011, Setembro 29). Ajuda Memória de Reunião de Peritos em Sistemas de Informação sobre Biodiversidade. Brasília – DF.
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